Aviso: Não se preocupe, pode abrir sem medo da sua mãe gritar "O que é isso menino?" ainda somos um blog de família.
Como nosso blog estava com falta de artigos sobre quadrinhos pedi para meu amigo, que quer ser identificado apenas como Gabu, escrever alguns artigos sobre esse tema, e como a tradição manda, o primeiro foi logo sobre sacanagem (acho que é por isso que ele não quer ser identificado) rsrsrs.
Sem mais delongas fiquem com o post original:
E aí zumbis? Eu fui convidado a dar uma pequena colaboração na área de histórias em quadrinhos aqui no Zé Zumbi e como a carne de zumbi é fraca ( ah? Ah? Sacaram? Rsrs) resolvi inaugurar meus artigos com uma pequena história dos hentai. Como vocês sabem hentai significa pervertido em japonês e é a categoria pornográfica dos mangas e animes. O ponto é que a cultura japonesa é muito diferente da nossa e sua própria visão sobre a moral no tocante ao sexo é muito diversa de nossas convicções ocidentais. Espero que a compilação da história hentai que posto aqui evidencie essas diferenças, assim como a nossa própria influência na arte sensual japonesa.
Por volta de 1603, Tokugawa Bakufu encerrou um longo período de guerras internas, centralizando o poder em si mesmo. Como parte de sua política ele expulsou os portugueses e espanhóis (a maior parte dos gaijins então presentes eram da península Ibérica), fechou os portos para o exterior em 1639 e baniu o cristianismo para além mar.
E daí? Daí que isso gerou um clima de paz e segurança (mantido por um sistema psicologicamente repressivo) e também, para os nobres que não tinham mais o que fazer para se distrair (pois passaram gerações vivendo dos esforços de guerra), um tremendo clima de monotonia. Sem mais o que fazer, eles se dedicavam aos iro, jogos sexuais.
No meio dessas brincadeiras os nobres (e grande parte da população) consumiam para se distrair os shunga que eram livretos de sexo desenhados por artistas de retratos falados de bandoleiros.
Isso corria livremente nas ruas até que em 1722 os shunga foram proibidos por serem considerados artigos de luxo supérfluos no difícil momento enfrentado pelo país, não por serem considerados imorais (o que, de fato, não eram. Lembrem-se que a moral é um acordo social sobre a conduta ideal e logo é muito relativa).
Obviamente os shunga continuaram disponíveis, sendo agora, porém, distribuídos de modo semiclandestino. O governo nunca fez nada para impedir a produção ou circulação, embora os artistas, por precaução, usaram nomes falsos ou deixaram muitas obras mesmo sem assinar.
Para se ter uma ideia do nível da tolerância da sociedade japonesa com os shunga, eles tratavam de temas como:
– Sexo com animais
– Sexo com objetos
– Sexo com seres fantásticos
– Sodomia
– Masturbação
– Sexo oral
– Lesbianismo (O sexo homossexual masculino não era muito comum por ser degradante para o homem. Um baluarte da coerência machista.)
Para se ter uma ideia ainda mais completa do nível da tolerância, além dos fins óbvios, os shunga serviam para mais duas coisas:
– Decoração: Casais recém-casados eram presenteados com estampas shunga para enfeitar o lar, com votos de uma vida sexual ativa e feliz.
– Propósitos educacionais: Famílias ricas compravam shunga para iniciar seus filhos jovens nas “técnicas do amor”.
Dá até para imaginar o primeiro japa que saiu com essa, né? A mãe dele “O que você está fazendo Takeshi!?!?” e ele...”Tô estudando mãe...” rsrs...e ela caiu, né? rsrs
No começo da era Meiji (1868-1912) as portas para o exterior foram reabertas e a influência ocidental tornou-se mais forte. Obviamente o puritanismo inerente à tradição ocidental chegou no Japão e disse ”Que sacanagem é essa?? Vamos acabar com essa sacanagem já!” E os shunga foram definitivamente proibidos, por razões morais (ocidentais) dessa vez.
No início dos anos 1950 surge o manga mais ou menos na forma como o conhecemos hoje e entre os diversos temas tratados os shonen, mangas para rapazes cheios de “coisas de macho” (esportes, ação e sexo, mais ou menos o que o FX pensa que é e o SPACE é de verdade), guardavam em suas edições mais erotizadas o espírito shunga que fez nascer o hentai moderno.
Preocupados com o desenvolvimento sem rumo das histórias hentai, que muitas vezes apresentavam como personagens figuras de autoridade como professoras (es) e com o estilo gráfico que muitas vezes retratava as personagens de modo infantilizado, a Associação de Pais e Mestre japonesafez pressão junto ao governo para regular a coisa toda. Hoje, graças a este movimento a legislação japonesa se manifesta a respeito da produção e reprodução de materiais de cunho erótico de modo geral no país. No manga especificamente continua valendo tudo, exceto mostrar órgão genitais e pelos pubianos (e isso ajuda como mesmo com o problema original?)
1) Alguém NÃO pensou no Mestre Kame? Eu pensei
2) O criador dessa sacanagem toda não poderia ter um nome mais apropriado, né? TOBA... POW, já diz tudo!
Obs: Reforçando que esse post não é meu, e sim do Gabu
Obs 2: Esses japoneses me assustam o.O
Como nosso blog estava com falta de artigos sobre quadrinhos pedi para meu amigo, que quer ser identificado apenas como Gabu, escrever alguns artigos sobre esse tema, e como a tradição manda, o primeiro foi logo sobre sacanagem (acho que é por isso que ele não quer ser identificado) rsrsrs.
Sem mais delongas fiquem com o post original:
E aí zumbis? Eu fui convidado a dar uma pequena colaboração na área de histórias em quadrinhos aqui no Zé Zumbi e como a carne de zumbi é fraca ( ah? Ah? Sacaram? Rsrs) resolvi inaugurar meus artigos com uma pequena história dos hentai. Como vocês sabem hentai significa pervertido em japonês e é a categoria pornográfica dos mangas e animes. O ponto é que a cultura japonesa é muito diferente da nossa e sua própria visão sobre a moral no tocante ao sexo é muito diversa de nossas convicções ocidentais. Espero que a compilação da história hentai que posto aqui evidencie essas diferenças, assim como a nossa própria influência na arte sensual japonesa.
Por volta de 1603, Tokugawa Bakufu encerrou um longo período de guerras internas, centralizando o poder em si mesmo. Como parte de sua política ele expulsou os portugueses e espanhóis (a maior parte dos gaijins então presentes eram da península Ibérica), fechou os portos para o exterior em 1639 e baniu o cristianismo para além mar.
E daí? Daí que isso gerou um clima de paz e segurança (mantido por um sistema psicologicamente repressivo) e também, para os nobres que não tinham mais o que fazer para se distrair (pois passaram gerações vivendo dos esforços de guerra), um tremendo clima de monotonia. Sem mais o que fazer, eles se dedicavam aos iro, jogos sexuais.
No meio dessas brincadeiras os nobres (e grande parte da população) consumiam para se distrair os shunga que eram livretos de sexo desenhados por artistas de retratos falados de bandoleiros.
esse é um shunga mais leve. |
Graças às técnicas do ukiyo-ê e à grande aceitação, os shunga eram produzidos massivamente e circulavam por todas as camadas sociais. Daimios, senhores feudais e cidadãos comuns compravam as estampas eróticas (ou, muitas vezes, coleções de estampas encadernadas como livros) avidamente.
Isso corria livremente nas ruas até que em 1722 os shunga foram proibidos por serem considerados artigos de luxo supérfluos no difícil momento enfrentado pelo país, não por serem considerados imorais (o que, de fato, não eram. Lembrem-se que a moral é um acordo social sobre a conduta ideal e logo é muito relativa).
Obviamente os shunga continuaram disponíveis, sendo agora, porém, distribuídos de modo semiclandestino. O governo nunca fez nada para impedir a produção ou circulação, embora os artistas, por precaução, usaram nomes falsos ou deixaram muitas obras mesmo sem assinar.
Para se ter uma ideia do nível da tolerância da sociedade japonesa com os shunga, eles tratavam de temas como:
– Sexo com animais
– Sexo com objetos
– Sexo com seres fantásticos
– Sodomia
– Masturbação
– Sexo oral
– Lesbianismo (O sexo homossexual masculino não era muito comum por ser degradante para o homem. Um baluarte da coerência machista.)
Sexo onírico. Kinoe no komatsu. Um shunga do século XIX. Sexo com seres fantásticos. (aposto que foi essa merda que começou o fetiche com tentáculos hahaha) |
– Decoração: Casais recém-casados eram presenteados com estampas shunga para enfeitar o lar, com votos de uma vida sexual ativa e feliz.
– Propósitos educacionais: Famílias ricas compravam shunga para iniciar seus filhos jovens nas “técnicas do amor”.
Dá até para imaginar o primeiro japa que saiu com essa, né? A mãe dele “O que você está fazendo Takeshi!?!?” e ele...”Tô estudando mãe...” rsrs...e ela caiu, né? rsrs
Sexo grupal. Shunga. Não sei a data. |
No começo da era Meiji (1868-1912) as portas para o exterior foram reabertas e a influência ocidental tornou-se mais forte. Obviamente o puritanismo inerente à tradição ocidental chegou no Japão e disse ”Que sacanagem é essa?? Vamos acabar com essa sacanagem já!” E os shunga foram definitivamente proibidos, por razões morais (ocidentais) dessa vez.
No início dos anos 1950 surge o manga mais ou menos na forma como o conhecemos hoje e entre os diversos temas tratados os shonen, mangas para rapazes cheios de “coisas de macho” (esportes, ação e sexo, mais ou menos o que o FX pensa que é e o SPACE é de verdade), guardavam em suas edições mais erotizadas o espírito shunga que fez nascer o hentai moderno.
Soft hentai. Outlanders de Tooji Manabe |
Em 1956 o ato anti-prostituição deu uma freiada na libido da mídia mas isso não resistiu por muito à influência da revolução sexual dos anos 1960 e 1970 que vinha do ocidente e logo o hentai, assim como toda a indústria sexual japonesa, se consolidou em uma potente fonte de lucro interna.
Preocupados com o desenvolvimento sem rumo das histórias hentai, que muitas vezes apresentavam como personagens figuras de autoridade como professoras (es) e com o estilo gráfico que muitas vezes retratava as personagens de modo infantilizado, a Associação de Pais e Mestre japonesafez pressão junto ao governo para regular a coisa toda. Hoje, graças a este movimento a legislação japonesa se manifesta a respeito da produção e reprodução de materiais de cunho erótico de modo geral no país. No manga especificamente continua valendo tudo, exceto mostrar órgão genitais e pelos pubianos (e isso ajuda como mesmo com o problema original?)
Yobutsu Kurabe (clique para ampliar) |
Curiosidade: Em 1935 reparos estavam sendo feitos nas paredes de dois famosos templos budistas dos séculos VI e VII, Toshodaji e Horyuji. Nestes templos encontraram-se caricaturas de forte apelo sexual, atribuídos ao monge budista Kakuyo Toba, a quem historiadores atribuem também o Yobutsu Kurabe, obra onde as personagens masculinos competem para ver quem possui o pênis mais forte. Se você está procurando por um pai para o hentai, esse nome é um bom candidato. E sobre Kakuy Toba mais duas coisas:
1) Alguém NÃO pensou no Mestre Kame? Eu pensei
2) O criador dessa sacanagem toda não poderia ter um nome mais apropriado, né? TOBA... POW, já diz tudo!
Obs: Reforçando que esse post não é meu, e sim do Gabu
Obs 2: Esses japoneses me assustam o.O
Obs 3: Apesar de serem japoneses, os Squirtles não fazem parte das pinturas originais